sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Como nossos pais...

A questão das influências familiares deu o que falar... Pois é, quantas vezes não ouvimos frases do tipo: "Seu avô foi advogado, eu sou advogado e você também tem que ser, para seguir o exemplo da família e tocar o escritório", ou "Seu pai é médico, já tem consultório cheio de pacientes, você não vai fazer medicina????", ou ainda "Quero que meu filho seja engenheiro, já que eu não pude estudar, quero que ele tenha um futuro melhor" (qualquer semelhança com a vida real não é mera coincidência).

Crescemos com uma série de desejos e expectativas que nos são depositados talvez desde o momento da concepção, não só por nossos pais e familiares, mas também por nosso meio social, a mídia, a religião... Diante de tantas influências externas, saber quais são seus próprios gostos, interesses, sua identidade não é tarefa fácil.

Em um comentário do blog me perguntaram se eu não acho que os pais poderiam, antes mesmo da adolescência dos filhos, prepará-los para seus trabalhos futuros, isto é, sempre que houver uma oportunidade irem falando sobre as profissões. Acho que sim, e acho até mesmo que se esse tipo de trabalho começasse bem cedo, com um carácter preventivo, muitos adolescentes não ficariam tão perdidos e não chegariam tão desinformados ao momento da escolha profissional. Nesse sentido, acho que essa seria tarefa não só dos pais, mas da escola. Nos Estados Unidos existe o Career Education (ou educação para a carreira), que consiste em desde cedo educar as crianças e jovens para o mundo do trabalho. Em nosso país, infelizmente ainda há muito pouco a se falar sobre isso.... Mas isso é assunto para uma próxima vez...

3 comentários:

Anônimo disse...

Achei esse ponto muito especial. Acho que os laços com os pais, e com o meio social (inclusive amigos), faz com que se criem expectativas e que nós mesmos criemos expectativas.

~eu acho que o tipo de educação que os pais dão aos filhos acaba por conduzir as escolhas, mas acho que o amadurecimento do indivíduo só ocorre quando apesar das influências ele consegue produzir suas próprias escolhas.

e aí, eu acho que a escolha de uma profissão aos 18 não consegue ser uma própria escolha, pq esse amadurecimento ainda está longe de chegar. aí fica mais fácil aceitar e seguir: ah o meu pai é advogado....

Ricardo Carneiro disse...

Acho que os pais naturalmente são tendenciosos. O melhor para os filhos na lei do menor esforço. Mais fácil seguir a profissão da família. Os professores/escolas se capacitados podem perceber as aptidões, os interesses e a facilidade que a criança/jovem manifeste durante os anos de convívio. Tem um provérbio que gosto muito: "escolha uma coisa que goste pra fazer e nunca mais você trabalha na vida".

Anônimo disse...

Concordo com você quando diz que os pais devem, mesmo antes da adolescência,conversar com seus filhos sobre escolhas e profissões,todavia nos dias de hoje, acredito que, nós pais, influenciemos cada vez menos nossos filhos nestas escolhas. Os jovens estão buscando mais informções e com uma crescente necessidade de autonomia.
Portanto, cabe a nós, que nem sempre aprovamos ou compreendemos, não só aceitar e respeitar essa liberdade de escolha,passando a eles a noção de "responsabilidade" por suas próprias escolhas, mas assegurar apoio incondicional sempre que algo dê errado ou se o caminho precisar ser refeito.
Laís...